Nossa História











Somos artistas, buscadores da arte tradicional original. A Arte ancestral tradicional nos interessa e atrai a nossa atenção, dando-nos prazer, pois ela nos impulsiona para uma realidade mais integrada com a existência inteira. Quando tocamos cantamos dançamos a música ancestral o nosso organismo uni-se a ao ritmo harmonioso do universo. Sentimos isso.

Em Meio às diferentes artes, a arte musical foi especialmente considerada divina, porque ela é a miniatura exata da lei que trabalha através do universo inteiro. Por exemplo, se nós examinarmos, verificaremos que as pulsações e as batidas do coração, a inalação e exalação do ato de respirar, são em bloco, um trabalho ritmado. A vida depende do trabalho desse ritmo no mecanismo total do corpo. A respiração manifesta-se sob a forma de voz, de palavra ou de som e esse som é continuamente audível, seja ele interno ou externo a nós mesmos.

A música do universo é o pano de fundo de um pequeno retrato a que chamamos música. Nosso entendimento do que seja música, nossa atração por ela, demonstra que existe música no fundo do nosso ser. A música se encontra por trás do trabalho do universo inteiro. Ela não é apenas o maior objetivo da vida, mas a vida em si.  Hafiz o grande poeta Sufi da Pérsia, afirma: “Muitos dizem que a vida entrou no corpo por auxilio da música,  mas a verdade é que a vida em si mesma já é música”. Hafiz na verdade se referia a uma afirmação que diz: que Deus fez uma estatua de barro a sua própria imagem e pediu a alma que entrasse nela. A alma no entanto, negou-se a ficar  aprisionada, pois sua natureza consistia em voar livremente, sem qualquer limitação ou barreira. Deus então, pediu aos anjos que tocassem sua música. Os anjos tocaram e a alma atingiu um estado de êxtase e, nesse estado de êxtase, de modo a tornar aquela música ainda mais nítida, entrou no corpo. E afirma-se que Hafiz também disse: “As pessoas dizem que a alma ouvindo aquela música entrou no corpo, mas, na realidade, a alma já era em si, a própria música”.

A palavra “música” ou “Sangita”, em Sanscrito, têm três aspectos. O primeiro aspecto é a linguagem, o segundo é a execução e o terceiro é o movimento. Os Hindus jamais consideram a ciência do movimento (dança) como algo separado da música. Eles sempre combinam os três aspectos daquilo que davam o nome de música.

A música inspira não apenas a alma dos grandes músicos, mas também a todos os recém nascidos que, no momento em que chegam ao mundo, começam a mover pernas e braços ao ritmo da música. Portanto não é exagero dizer que a música é a linguagem da beleza daquele que todos amamos. E quando conseguimos conscientizar este fato e reconhecer a perfeição de toda beleza como Deus, compreende-se porque motivo a música que experimentamos na arte e no universo inteiro têm de ser chamada de Arte Divina.

De acordo com os pensadores do oriente existem cinco diferentes inebriamentos: o inebriamento da beleza, da juventude e da força, logo seguidos pelo da riqueza. O terceiro inebriamento é o do poder, do comando e do governo. E existe um quarto tipo, que é do aprendizado, do conhecimento. No entanto estes quatro tipos de inebriamento empalidecem como estrelas diante do sol representado pelo inebriamento da música. A razão disso é que ela toca a mais intima parte do ser humano.

Os Sufis e outros místicos, especialmente os da Escola Chishtia dos tempos antigos, fizeram da música a fonte suas meditações. Por tal método de meditação eles extraem muitos benefícios dela, mas do que aqueles que o fazem sem a ajuda da música. O efeito que eles experimentam é o desdobramento da alma e a abertura das faculdades intuitivas. Seus corações por assim dizer, abrem-se a todo tipo de beleza que existe do lado de dentro e do lado de fora, elevando suas almas e, ao mesmo tempo, trazendo a eles aquela perfeição pela qual todas as almas anseiam.

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